segunda-feira, 7 de abril de 2008

A ESFREGONA FEZ 50 ANOS



Ouvi dizer que, num dia da semana passada, fez 50 anos que nasceu a esfregona.

Qual terá sido o momento considerado como o do nascimento do referido artefacto? Será que foi quando alguém se lembrou que um cabo de vassoura hirsuto poderia constituir um exemplo do simplex aplicado à limpeza? Ou será que foi quando a dita foi mergulhada na água, qual líquido amniótico? Ou, ainda, quando foi espremida à semelhança do acto de expulsão do ventre materno? Isto, se é que o parto foi natural. Ou terá sido uma cesariana?

Lá em casa, sempre ouvi dizer que "chão que não leva joelho não fica bem lavado", numa clara alusão à incapacidade da dita esfregona. E quando a primeira mulher a dias apareceu por lá, eis que, para surpresa de todos, a primeira das exigências foi que se comprasse uma esfregona. E a família teve que se render à necessidade de conviver com tal coisa, sob pena de a mulher a dias se despedir com justa causa.

Nos últimos tempos, apercebi-me que as esfregonas evoluiram. Já as há dos mais diversos materiais, para diferentes tipos de chão, domésticas e industriais, mais ou menos cabeludas, mais ou menos coloridas e até com recargas para substituição.

Com 50 anos feitos, não tardará a sofrer os calores próprios da menopausa, as variações de humor e, quem sabe, se até não pede aposentação antecipada. Bem merecida, pois servir o propósito da higiene durante anos a fio, é obra! Como poderíamos ter vivido sem ela? Não há limpeza que se preze que não tenha uma esfregona à mão. E quando toca a banzé, quantas esfregonas não terão sido levantadas, impondo vontades e ameaçando terminar discussões à bastonada?

Isto é uma ironia minha, mas... o assunto é sério!

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