quarta-feira, 30 de julho de 2008

A POLUIÇÃO NOS JOGOS OLÍMPICOS

OLH´Ó MAGALHÃES!!




O primeiro computador portátil produzido em Portugal, numa nova fábrica que será construída em Matosinhos, irá custar 50 euros para os alunos do primeiro ciclo do Ensino Básico. A distribuição começa já em Setembro no âmbito do novo programa "e.escolinha".

O novo computador recebe o nome "Magalhães", numa referência ao português que fez a primeira circum-navegação do mundo.
A futura fábrica ficará localizada na zona industrial que a Câmara de Matosinhos está a dinamizar no Freixieiro, Perafita, próximo do terminal TIR e das instalações da Jomar e da fábrica Ikea.

O equipamento poderá ser exportado para África, América Latina e Europa, segundo um responsável da Prológica, empresa parceira da JP Sá Couto neste projecto. "O objectivo é exportar o computador", afirmou Luís Cabrita.
O primeiro-ministro anunciou a distribuição de 500 mil destes equipamentos aos alunos do primeiro ciclo, com um custo máximo de 50 euros, já a partir de Setembro.
"Queremos que o computador faça parte do material escolar de todas as escolas", afirmou José Sócrates.

O novo programa “e.escolinha”, que é baseado nos princípios do programa “e.escola”, irá abranger os alunos que frequentam o primeiro ciclo do Ensino Básico.
Ainda segundo o primeiro-ministro, o computador Magalhães será gratuito para os alunos que estejam inscritos no primeiro escalão da acção social escolar e custará 20 euros para as crianças do segundo escalão da acção social escolar. (...)

(in Jornal de Notícias)

VÊM AÍ 400 MILHÕES DE EUROS...



O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que o Governo irá fazer um investimento de 400 milhões de euros na área da Educação nos próximos sete meses, nomeadamente na instalação de Internet em todas as salas de aulas."São 400 milhões de euros que vamos investir nas escola portuguesa", afirmou José Sócrates, durante a cerimónia de apresentação do "Computador Magalhães", o primeiro computador portátil com acesso à Internet que será fabricado em Portugal.

Um dos projectos, adiantou, visa a instalação de Internet em todas as salas de aula. Além disso, irá ser aumentada a velocidade da banda larga nas escolas para um mínimo de 48 megabites por segundo. O Governo pretende também, segundo o primeiro-ministro, instalar uma rede de vídeo-vigilância nas escolas para aumentar a segurança e pretende criar um novo cartão estudante, "para acabar com o dinheiro nas escolas". "O maior investimento nos próximos sete meses será na Educação", salientou.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES


O problema da avaliação dos professores é não só difícil, mas também, de uma certa maneira, explosivo. A partir do momento em que se admite, efectivamente, no domínio das "coisas" da educação, como de uma maneira geral no campo das práticas sociais, a necessidade de avaliar, não se vê como é que os professores possam escapar a essa regra geral. Mas, como outros trabalhadores sociais, eles aceitam por vezes dificilmente, se não o princípio da avaliação em si mesmo, pelo menos as formas de que ela se reveste concretamente no seio da instituição educativa.

Viu-se outrora, em França, a multiplicação das recusas de inspecção. E, paradoxalmente, vê-se o corpo docente a dizer não, em massa, a qualquer modificação do sistema, aliás mal aceito e considerado pouco feliz! Por isso, os sindicatos de professores são, na maior parte das vezes, hostis a toda a ideia de classificação "ao mérito".

Será possível, nestas condições, imaginar e propor modalidades de avaliação aceitáveis, porque pertinentes e justas? E como distinguir com nitidez o pertinente e o justo neste domínio? Que contributo pode dar a Ciência a esta problemática, em particular?(...)

A avaliação é, pois, julgamento, valoração, no sentido em que ela não tem significação fora da relação com um fim, e que o avaliador (no melhor dos casos: o próprio sujeito avaliado) se pronuncia sobre "o sucesso ou fracasso" do projecto. Avaliar equivale a tomar partido, em função de expectativas precisas, sobre a realização dessas mesmas expectativas. Nunca se poderá avaliar um objecto do qual não se espere coisa nenhuma...

(Hadji, Para uma fundamentação da avaliação em educação)

domingo, 27 de julho de 2008

FORD T FAZ 100 ANOS


Foi considerado o carro do século XX.
Título que ganhou pela inovação no modo de produção da época, por ter democratizado o uso do automóvel e por introduzir o chamado "salário da motivação".

Todos os trabalhadores da Ford recebiam em 1908 cinco dólares por dia, o que duplicou o salário pago na altura, em que a indústria automóvel estava a dar os primeiros passos. Durante décadas o Ford T foi considerado o carro mais massificado, título que perdeu, anos depois, para o VW Carocha. No global foram produzidos mais de 15 milhões de modelos, contra 25 milhões do rival alemão.
Para assinalar a passagem do centenário do modelo, a Ford organizou uma megaconcentração de Ford T em Richmond, terra-natal do carro, onde desfilaram durante a última semana mais de mil veículos de várias partes do mundo. Em Portugal, onde existem algumas centenas de Ford T, está prevista para Setembro uma concentração durante o rally de automóveis clássicos da Figueira da Foz. Aliás, Portugal foi um dos primeiros países a importar o modelo americano, estando patente no Museu do Caramulo um Ford T montado em 1909, ou seja um ano depois do seu lançamento.
Henry Ford ficou conhecido na história da indústria automóvel como o homem que produziu um carro ao alcance económico do americano comum. Ao desenvolver uma linha de produção em série, Ford revolucionou a indústria, que até então produzia o carro artesanalmente e individualmente. Em vez de o trabalhador ir até ao carro, passou o carro a ir ter com o trabalhador. Com este modelo de produção, reduziu o tempo de produção de 12 horas e meia para menos de seis horas. Este modo de produção ficou conhecido como fordismo.
Henry Ford introduziu também uma nova filosofia de trabalho, com a redução do dia de trabalho de nove para oito horas. No dia 1 de Outubro de 1908 era lançado o primeiro modelo Ford T, custando na altura 825 dólares, com a particularidade do preço baixar todos os anos. Por volta de 1918, metade dos carros na América eram Ford T.
A elevada produção alcançada teve como característica marcante a escolha de uma única cor, que era preta. Desta forma Henry Ford conseguia manter os níveis de produção, porque não havia diferenciação no processo de pintura. Existe uma frase famosa que Ford escreveu na sua autobiografia sobre a escolha da cor do Ford T: "O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contando que seja preto."

JOGOS OLÍMPICOS 2008





O Governo chinês vai criar três zonas específicas para a realização de protestos e manifestações durante os Jogos Olímpicos Pequim 2008, onde garante que os manifestantes podem agir livremente, desde que tenham pedido uma autorização oficial.
A China é apontada como a grande favorita à conquista do maior número de medalhas nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, retirando a liderança aos Estados Unidos, num estudo realizado por economistas da empresa Pricewaterhouse Coopers.

sábado, 26 de julho de 2008

OS RAPAZES, AS RAPARIGAS E A MATEMÁTICA


O mito acabou. As raparigas e os rapazes são iguais nos resultados que têm a matemática. Um estudo publicado hoje na revista científica “Science” utilizou os resultados dos testes de matemática de mais de sete milhões de raparigas e rapazes de dez estados diferentes dos EUA. Não encontraram diferenças.
“Não existe diferença entre géneros na prática de matemática”, disse Janet Hyde, professora na Universidade de Wisconsin-Madison e líder do projecto. “Por isso, os pais e os professores devem rever as ideias que têm sobre esta matéria”, acrescentou.
Os cientistas foram calcular a média dos resultados dos testes de rapazes e raparigas e compararam entre si. O que descobriram é que a diferença entre os dois géneros era irrelevante e que em alguns estados os rapazes eram ligeiramente melhores do que as raparigas e noutros estados acontecia o inverso. No final, a comparação da média ponderada entre os géneros dava um avanço insignificante aos rapazes.(...)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

PORQUE É TÃO DIFÍCIL DIZER "AMO-TE"?


Talvez seja uma das frases mais frequentes no mundo da ficção, e uma das que menos se escutam na vida real. A razão fundamental para sermos tão esquivos com uma frase tão simples é o compromisso implícito que carrega. Os mundos da literatura e do celulóide mostram-nos muitos casais onde o "amo-te" surge de forma repentina, quase impulsiva. No entanto, os especialistas dizem que estamos muito conscientes de que a frase implica uma "bomba emocional", o que nos leva a ser tão reticentes. Trata-se de racionalizar e submeter um sentimento, uma tarefa que nunca é fácil. Outros impedimentos que andam associados à declaração de amor são a impossibilidade de retirar o que se disse e o medo da rejeição do outro.

(in Super Interessante)

ANTÁRCTIDA QUENTE


Os Vales Secos na Antárctida parecem imutáveis. Milhares de quilómetros quadrados de rocha seca, gelada e sem vida. Mas um grupo de cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos descobriu fósseis com 14 milhões de anos de um tipo de crustáceos chamados ostracode.
A descoberta obriga os investigadores a imaginar aquela paisagem agora inóspita como uma região com vegetação, lagos e com um clima mais temperado. “Na Antárctida é a primeira vez que se encontram fósseis destes”, disse Mark Williams do departamento de Geologia da Universidade de Leicester, referindo-se aos fósseis de um milímetro de comprimento, que pertenciam a organismos que viviam em lagos.
No Monte Bóreas, situado na ponta do vale McKelvey, um dos três que formam a região, os cientistas encontraram outros fósseis. Mas, no meio das diatomáceas (algas microscópicas), dos musgos e dos escaravelhos, foram os ostracode que surpreenderam os investigadores.“Temos pernas, partes bucais e os órgãos reprodutores. Até conseguimos ver os pêlos das pernas”, disse o geólogo, entusiasmado com o grau de conservação dos fósseis.
A segunda surpresa é que a descoberta obriga a rever a cronologia climática do continente. “A presença de ostracode que vivem no lago a estas latitudes - 77 graus Sul - é notável. Na distribuição moderna, os mais a sul estão a 60 graus”, explica o investigador.(...)

(in Público.pt)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

CÁPSULA DO TEMPO


Em 2011, a cidade da Guarda irá selar uma cápsula do tempo contendo vários objectos contemporâneos, do automóvel ao DVD, para ser aberta meio século depois, em 2061. Mas, ao contrário de outras cápsulas do tempo, que se encontram enterradas, esta será um monumento à superfície, com uma área próxima de 100 metros quadrados.

A cápsula será projectada por um arquitecto de renome, a anunciar em Novembro próximo, e que sairá de um sexteto que inclui Carrilho da Graça, Gonçalo Byrne, Manuel Salgado, Tomás Taveira, Siza Vieira e Souto Moura. O objectivo é construir uma cápsula que funcione como atractivo turístico devido à sua arquitectura e ao seu autor. O monumento ficará instalado num local privilegiado da cidade da Guarda, mas o espaço em concreto só será anunciado em Fevereiro. (..)

terça-feira, 22 de julho de 2008

JOVENS CIENTISTAS E INVESTIGADORES


Projecto desenvolvido pelas secundárias de Arouca e Júlio Dinis de Ovar ganha Concurso Jovens Cientistas e Investigadores. Alunos utilizam modelo económico de monitorizar a qualidade da água e identificam marcadores específicos para um determinado poluente.
A ideia foi trabalhada durante três meses. Testaram-se vários modelos, uns mais simples outros mais complexos, até se encontrar o mais adequado e rápido. Estudou-se a teoria, afinaram-se as técnicas e passou-se à acção. Mais dois meses e a tarefa ficou concluída. "A ameaça xenobiótica: Paracentrotus lividus e a barrinha de Esmoriz" venceu a 16.ª edição do Concurso Jovens Cientistas e Investigadores da Fundação da Juventude com dois mil euros de prémio. Alunos da Secundária de Arouca e da Secundária Júlio Dinis de Ovar preparam-se para participar na final europeia que se realiza em Copenhaga em Setembro. Na edição portuguesa mais participada de sempre, com 97 trabalhos de 232 jovens, o concurso pretende estimular o aparecimento de jovens talentos e promover ideias de cooperação e o intercâmbio entre jovens cientistas. (...)


MENÇÕES QUALITATIVAS DE EXCELENTE E MUITO BOM



De acordo com o despacho conjunto dos ministérios das Finanças e da Administração Pública e da Educação, as percentagens máximas para a atribuição das classificações de mérito em cada agrupamento ou escola, na sequência do procedimento da avaliação de desempenho, são de 5 por cento para a menção qualitativa de Excelente e 20 por cento para a menção qualitativa de Muito Bom.

Relativamente às escolas que já foram objecto de avaliação externa, o despacho determina as percentagens para a atribuição das menções qualitativas de Excelente e de Muito Bom, tendo em conta as classificações obtidas nos domínios e nos factores que compõem a avaliação das escolas.

Assim, consoante as classificações obtidas na avaliação externa das escolas, as menções qualitativas de Excelente podem subir para valores que oscilam entre os 6 e os 10 por cento, enquanto as menções qualitativas de Muito Bom podem variar entre os 21 e os 25 por cento.

MENOS PROFESSORES POR TURMA NO 2º CICLO




Os alunos do 2º ciclo do ensino básico deverão ter menos professores por turma a partir do próximo ano lectivo, segundo um despacho publicado hoje que define novas regras para a distribuição de serviço aos docentes. De acordo com o documento, publicado em Diário da República, cada professor deve leccionar à mesma turma mais do que uma disciplina, assegurando o ensino das áreas associadas ao seu grupo de recrutamento como Matemática e Ciências da Natureza ou Português e História, por exemplo.

Além das disciplinas associadas à sua área de formação, ao director de turma caberá ainda dar Formação Cívica e, se possível, uma outra área curricular não disciplinar, como o Estudo Acompanhado e a Área de Projecto. Na prática, os alunos do 5º e 6º anos deverão passar a ter menos dois professores por turma, apesar de manterem o mesmo número de disciplinas. Com esta medida, o Governo pretende reduzir o número de docentes, de forma a facilitar a transição das crianças para o segundo ciclo, uma vez que no primeiro estas lidam apenas com um ou dois professores.

O regime de professor por área, e não por disciplina, já estava previsto na Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada em 1986, mas o Ministério da Educação considera nunca ter sido aplicado nas escolas de forma generalizada, nomeadamente devido a uma “prevalência de critérios de natureza administrativa em detrimento dos de natureza pedagógica”. O despacho hoje publicado estabelece ainda orientações especificamente dirigidas às três áreas curriculares não disciplinares, estipulando, por exemplo, que o Estudo Acompanhado deve ser assegurado preferencialmente por um professor de Língua Portuguesa ou Matemática. Isto porque o tempo destinado a esta área curricular deverá ser aproveitado para o desenvolvimento do Plano da Matemática e para o apoio aos alunos imigrantes, que não têm o Português como língua materna.

Já em Formação Cívica e em Área de Projecto, os docentes deverão abordar com os alunos um conjunto vasto de matérias que vão desde a Educação para a Saúde e Sexualidade até à Educação Ambiental, passando por temas como o consumo, os direitos humanos, a igualdade de oportunidades ou a educação rodoviária.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

ESTUDANTES PORTUGUESES COM MEDALHAS NAS OLÍMPIADAS INTERNACIONAIS DA MATEMÁTICA


Dois estudantes portugueses do 11º ano conquistaram medalhas de bronze nas Olimpíadas Internacionais de Matemática, a decorrer desde dia 10 em Madrid, naquela que foi a segunda melhor prestação nacional de sempre.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), "duas medalhas de bronze e uma menção honrosa foram o saldo da participação portuguesa nas 49ª edição das Olimpíadas Internacionais de Matemática", sendo este resultado "o segundo melhor do país na competição", abaixo apenas do de 2006, "quando foram conquistadas três medalhas de bronze e uma menção honrosa".

As medalhas foram obtidas por Jorge Miranda e Pedro Vieira, que concorreram contra alunos mais velhos, o que "aumenta a expectativa portuguesa para a competição de 2009", ano em que os agora galardoados poderão participar pela última vez, assinala a SPM.

Jorge Ricardo Landeira da Silva Miranda é estudante da Escola Secundária Anselmo de Andrade, em Almada, e Pedro Manuel Paços de Sousa Vieira frequenta do Externato Ribadouro, no Porto.

A menção honrosa foi para Eloísa Rebelo Grifo Pires - veterana das Olimpíadas Ibero-americanas de Matemática e vencedora do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa em 2007 - que fez o 12ª ano na Escola Secundária de Domingos Sequeira, de Leiria.(...)
(in Público.pt)

sábado, 19 de julho de 2008

A AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS NO SISTEMA EDUCATIVO PORTUGUÊS


O currículo português possui um sistema de avaliação das aprendizagens dos alunos que, a muitos títulos, se pode considerar progressista, consistente com recomendações decorrentes da literatura de investigação e até inovador. De facto, procura salvaguardar princípios tão relevantes como por exemplo:

a) a integração da avaliação nos processos de ensino e de aprendizagem;
b) o predomínio da avaliação formativa com funções de regular e melhorar o ensino e as aprendizagens;
c) o predomínio da avaliação interna;
d) a lógica de ciclo, e não de ano, no que se refere à decisão quanto à retenção dos alunos na escolaridade básica.

Há um conjunto de orientações relativas à consistência que deve existir entre a forma como se desenvolve o currículo nas salas de aula e as estratégias, as técnicas e os instrumentos de avaliação utilizados. Além disso, o sistema de avaliação proposto prevê a participação dos alunos, dos professores e dos seus orgãos, de técnicos e de muitos outros intervenientes no processo de avaliação; a diferenciação pedagógica como forma de apoiar o desenvolvimento das aprendizagens dos alunos; e a autonomia das escolas e dos professores para poderem decidir quanto à progressão e à certificação dos alunos.

Apesar desse sistema fundamentado em princípios pedagógicos, em teorias do currículo, das aprendizagens e da avaliação que merecem um alargado consenso na comunidade educativa, a verdade é que persistem os problemas endémicos do sistema educativo português. Principalmente a utilização quase exclusiva da avaliação para classificar os alunos, os níveis anormalmente elevados de retenção dos alunos e os resultados modestos ou mesmo fracos em provas de avaliação externa (nacionais ou internacionais), sobretudo quando as questões exigem a mobilização, a integração e a aplicação de conhecimentos.

Avaliar para classificar, para seleccionar ou para certificar continuam a ser as preocupações dominantes. Por isso, as políticas educativas deverão dar uma prioridade muito destacada à melhoria das aprendizagens nas salas de aula, isto é, ao desenvolvimento da avaliação formativa.

Parece ser necessário olhar para a avaliação de outra maneira. Esta não pode ser vista como uma mera solução política, por vezes uma falsa solução, para os problemas dos sistemas educativos. Ela também não pode ser vista apenas como um instrumento de prestação de contas. Tem que ser fundamentalmente assumida como um poderoso processo que serve para aprender e para ensinar melhor. E este é talvez o maior desafio que o sistema educativo português tem que enfrentar nos próximos anos.

A avaliação pode melhorar a qualidade das aprendizagens e, conseqüentemente, a qualidade do sistema educativo globalmente considerado. No entanto, é preciso saber utilizá-la. Apesar de se saber que não há quaisquer resultados da investigação que nos mostrem que aumentar a quantidade de exames, ou de outro tipo de avaliações dessa natureza, melhora as aprendizagens dos alunos, os governos de muitos países insistem nessa linha de acção. Ora, nunca como agora parece ser necessário investir mais nas avaliações que se desenvolvem pelos professores nas salas de aula.

Como se tem visto, a avaliação formativa é com certeza um elemento-chave no desenvolvimento do sucesso educativo. Por isso, as políticas educativas têm que estar mais focadas nas escolas e no que se passa nas salas de aula, apoiando os professores a avaliar e a ensinar melhor. Talvez dessa forma se possa começar a melhorar o sistema educativo português, tirando-o das dificuldades que teimam em persistir.

Domingos Fernandes
(in Educação e Pesquisa)

ENTRE OS MELHORES NA EXPO DE SARAGOÇA



O edifício do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro (UA), da autoria do arquitecto Joaquim Morais Oliveira, é uma das obras representativas da arquitectura portuguesa seleccionadas para integrar a exposição "21 Projectos do Século XXI, Reflexos da Arquitectura Portuguesa na década actual", que está patente no pavilhão de Portugal da Expo Zaragoza.


A selecção dos projectos representativos da arquitectura nacional do século coube ao arquitecto José Manuel Fernandes, que escolheu o edifício do Departamento de Engenharia Civil da UA para estar ao lado da "Adega Mayor", de Siza Vieira, da "Torre APL" (Centro de Coordenação e Controlo de Tráfego Marítimo do Porto de Lisboa), de Gonçalo Byrne, ou da "Escola Superior de Música de Lisboa", de Carrilho da Graça.(...)

(in Jornal de Notícias)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOS PROFESSORES


Pode afirmar-se que o modelo de avaliação de desempenho dos professores, é o terceiro desde a instauração da democracia em Portugal. O primeiro modelo vinha de antes do 25 de Abril de 1974 e prolongou-se até 1990, quando foi publicado o estatuto da carreira dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário.

Este primeiro modelo tinha características meramente administrativas, sem qualquer impacto na progressão na carreira e no desenvolvimento profissional dos professores. Na realidade, partindo da presunção de competência do professor, o serviço prestado pelo professor era classificado como Bom, com excepção das situações em que o professor fosse objecto de procedimento disciplinar. Esta classificação de serviço era atribuída pelo responsável dos serviços de administração escolar.

A partir de 1990, instituiu-se um modelo que atribuía aos professores a classificação de Satisfaz desde que não se verificassem deficiente relacionamento com alunos, injustificada não aceitação de cargos e a não conclusão de acções de formação contínua a que estava obrigado.

A menção era atribuída pelo órgão de administração e gestão da escola, após análise de um reltório crítico elaborado pelo professor em relação à actividade por si desenvolvida.

Entretanto, desde 1998, a atribuição das menções de Bom ou Muito Bom pressupunha o desencadeamento de um procedimento extraordinário pelo professor, mediante requerimento do candidato.

Actualmente, afirma-se uma outra pespectiva de avaliação dos professores, centrada no seu desempenho profissional, a qual procura identificar os pontos fortes e as dificuldades reveladas na prática docente e contribuir para o desenvolvimento profissional dos professores.
Realiza-se segundo critérios previamente definidos que permitem aferir os padrões de qualidade do desempenho profissional do professor, tendo em conta o contexto socio-educativo em que o docente desenvolve a sua actividade. Os professores são classificados com menções qualitativas, de Insuficiente, Regular, Bom, Muito Bom e Excelente, com impacto sobre o acesso e progressão na carreira, assim como prémios de desempenho.

(adaptado de Sanches, 2008)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O RATO TEM OS DIAS CONTADOS


Três a cinco anos de vida, é quanto os analistas da Gartner dão ao rato de computador. A razão para a extinção da espécie, segundo noticia a BBC, estará na evolução do controlo de computadores através de gestos das mãos, ecrãs tácteis e sistemas de reconhecimento facial.
«O rato trabalha muito bem no escritório mas para entertenimento ou para um portátil está completamente acabado», afirma o analista Steve Prentice.
Steve disse à BBC que a sua previsão deve-se aos esforços que as empresas de electrónica estão já a fazer para substituir o rato de computador, inspirados pelos novos interfaces do mundo dos videojogos.
As empresas que produzem ratos afirmam que esta previsão é um exagero, mas lembram que as alternativas virão a ser produzidas pelos mesmo fabricantes dos ratos, pelo que o negócio não está perdido.
O rato foi inventado pelo professor Douglas Engelbart, do Instituto de Investigação de Stanford. Mas como a sua patente esgotou-se em 1987, ainda antes da explosão dos computadores já com o recurso ao rato, Engelbart não ganhou nada com a sua invenção.
(in Sol)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

MORCEGOS...

PROMOÇÃO E DIVULGAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA


O Conselho de Ministros aprovou hoje uma nova estratégia para a promoção e divulgação da língua portuguesa, que envolve a criação de um fundo de desenvolvimento nesta área, disse hoje à Lusa fonte do executivo. Esta estratégia visa o reconhecimento e promoção da língua portuguesa, a sua promoção como instrumento fundamental de educação, formação e capacitação institucional, no âmbito da cooperação para o desenvolvimento, e instrumento de internacionalização económica, de divulgação cultural e de ligação às Comunidades Portuguesas. A nova estratégia inclui a criação de um Fundo de Desenvolvimento e Língua Portuguesa, de uma Comissão Interministerial com o objectivo de desenvolver um Plano de Acção de valorização do património cultural de origem portuguesa e um diploma que aprova as alterações ao Instituto Internacional de Língua Portuguesa. Existem mais de 240 milhões de falantes da língua portuguesa no mundo. Distribuída pelos cinco continentes, a língua portuguesa é a terceira mais falada nos continentes africano e europeu.(...)

BOLETIM DOS PROFESSORES


O Boletim dos professores n.º 11, dá especial destaque ao Plano Tecnológico da Educação, explicitando as principais medidas tomadas neste âmbito, com impacto nas escolas e no ensino.
Além deste tema, aborda:
Mais Inglês no 1.º ciclo;
Novas regras para o apoio a conceder aos estabelecimentos de ensino especializado da Música;
Recomendações do Fórum Educação para a Cidadania;
Escolas com apoio para pintura das paredes exteriores;
Regime transitório de avaliação de desempenho de professores;
Novas regras para a concessão de dispensas de serviço para formação contínua de professores;
Regime da prova pública e do concurso de acesso à categoria de professor titular;
Calendário escolar para o ano lectivo de 2008/2009.
Download versão PDF

terça-feira, 15 de julho de 2008

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO CURRÍCULO


O Ministério da Educação aprovou o Despacho que define os princípios orientadores a que devem obedecer a organização e a gestão do currículo, com o objectivo de colmatar quer a excessiva disciplinarização da função docente no 2.º ciclo, quer alguns constrangimentos ao nível do cumprimento dos objectivos e das finalidades que presidem à criação das áreas curriculares não disciplinares.

COMPRAM-SE!

Compram-se


Compram-se seres humanos
Calados, domesticados
Que não pensem, nem opinem
Ao serem questionados.
Que não vejam, nem escutem
Nem se sintam incomodados.


Compram-se seres humanos
Que sejam modernizados
Que andem sempre na moda
Felizes, etiquetados
Que propaguem e que convençam
Até os consciencializados.


Compram-se seres humanos
Totalmente desligados
Que não gostem de política
E estejam sempre ocupados
Que não sejam de esquerda
E nem sindicalizados.


Compram-se seres humanos
Famintos, desempregados,
Indecisos, inseguros,
Descalços, descamisados,
Menores, analfabetos,
E até informatizados.


Compram-se seres humanos
Idosos, aposentados,
Jovens e adolescentes
De preferência, os drogados
Que se sumam, consumindo,
Em tempos globalizados!!!
(autor desconhecido)

CFAE´s - CENTROS DE FORMAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS


Funcionamento e constituição dos Centros de Formação de Associação de Escolas


O Despacho n.º 18038/2008, D.R. n.º 128, Série II de 2008-07-04, do Ministério da Educação - Gabinete do Secretário de Estado da Educação, define o funcionamento dos centros de formação de associações de escolas.


O Despacho n.º 18039/2008, D.R. n.º 128, Série II de 2008-07-04, do Ministério da Educação - Gabinete do Secretário de Estado da Educação, define a constituição dos centros de formação de associações de escolas.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

ALTERAÇÕES NAS DATAS DAS ACÇÕES DE FORMAÇÃO DE ADD



Houve necessidade de proceder a algumas alterações na calendarização das acções de formação de Avaliação de Desempenho Docente. As novas datas estão disponíveis na página do Centro de Formação de Professores de Águeda.


A directora do CFPA

domingo, 13 de julho de 2008

PENSAMENTOS...

INTERNET: PONTOS PÚBLICOS DE LIGAÇÃO SEM FIOS AUMENTOU


Restaurantes, cafés, hotéis, centro comerciais, praças e espaços culturais e desportivos concentram os mais de 1600 pontos públicos de acesso sem fios à Internet ("hotspots wi-fi") em Portugal, o dobro do número registado há apenas três anos.

Actualmente instalada em quase 232 mil pontos pagos ou gratuitos de 134 países, segundo dados da JiWire - entidade internacional que identifica "hotspots" - a tecnologia "wi-fi" permite o acesso em banda larga via rádio até uma distância de 100 a 300 metros.

Com um portátil, o utilizador pode trabalhar "online" fora do escritório ou de casa, sem perdas de tempo e podendo optar pelo local que lhe for mais conveniente. (...)

Apesar do aumento, Portugal ainda não integra a lista dos dez países com maior número de "hotspots", na qual os Estados Unidos (com mais de 62.700) e a Suíça (com quase 4.000) ocupam, respectivamente, a primeira e a décima posições.

ENERGIAS ALTERNATIVAS



A crise do petróleo e as alterações climáticas obrigaram as companhias aéreas a acelerar a procura de soluções para que os aviões sejam mais ecológicos e menos pesados na hora de pagar a factura do combustível. A indústria aeronáutica, liderada pelos americanos da Boeing e os europeus da Airbus, tem anunciado nos últimos tempos novos projectos em alternativa ao querosene. Para já, existe a garantia da Boeing de ter um avião híbrido a voar na próxima década.

Os testes com aviões movidos a pilha de combustível (hidrogénio) já começaram. E há também já ensaios com aviões solares. A redução das emissões de CO2 para a atmosfera constitui um dos maiores desafios para a aviação. Os gigantes da indústria - Boeing e Airbus -, têm vindo a desenvolver novas gerações de aviões cada vez mais eficientes em termos de consumo.

Recentemente a companhia nipónica Japan Airlines (JAL) anunciou a realização de um voo de ensaio com um aparelho movido a biocombustível de algas e plantas não comestíveis, misturado com o combustível convencional para aviões. Também os alemães da Lufthansa se propõem reduzir em 25% as emissões de dióxido de carbono em 2020 utilizando biocombustíveis. (...)

sábado, 12 de julho de 2008

GEOGEBRA - SOFTWARE LIVRE NA ESCOLA


A CRIE - Equipa Computadores, Redes e Internet na Escola do Ministério da Educação disponibiliza online a 1.ª edição do CD Software de Matemática de distribuição livre com um conjunto de software seleccionado para responder às necessidades das Escolas no domínio da Matemática.
O CD inclui o
GeoGebra um software gratuito de matemática dinâmica que reúne recursos de GEOmetria, álgebra e cálculo. O GeoGebra possui todas as ferramentas tradicionais de um software de geometria dinâmica: pontos, segmentos, rectas e secções cónicas e tem a vantagem didáctica de apresentar, ao mesmo tempo, duas representações diferentes de um mesmo objecto que interagem entre si: a representação geométrica e a representação algébrica.

(in Blog da Formação)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

PORTUGAL COM OS PIORES RESULTADOS EM ABANDONO ESCOLAR



Portugal é dos países europeus com piores resultados em abandono escolar e onde menos alunos completam o secundário, revela um relatório da União Europeia sobre os objectivos para a Educação até 2010, definidos na Estratégia de Lisboa.
O relatório de 2008 sobre os sistemas de educação da União Europeia baseia-se num conjunto de dezasseis indicadores e cinco valores de referência e "confirma passos lentos mas consistentes" no conjunto da UE através da comparação de 18 países em áreas consideradas chave, como a conclusão do Ensino Secundário, o abandono escolar, a falta de competências de literacia, formação em matemática, ciências e tecnologias e participação de adultos em programas de aprendizagem ao longo da vida.

De acordo com o documento, Portugal e Malta são os piores no que se refere ao abandono escolar, com taxas de 36,3% e 37,6%, respectivamente, em 2007. Neste campo, os melhores resultados foram obtidos pela República Checa, Polónia e Eslováquia, todos com taxas abaixo dos 10%.Também na conclusão do Ensino Secundário, Portugal e Malta são os países com piores resultados, numa lista em que os melhores são, de novo, a República Checa, Polónia, Eslováquia e Eslovénia.Segundo o relatório, só 53,4% da população portuguesa entre os 20 e os 24 anos completaram o secundário.(...)

PROJECTO CADERNO DIGITAL - ACABAR COM AS MOCHILAS...


Projecto “Caderno Digital”
As mochilas podem ter os dias contados. O mote do projecto “Caderno Digital” não é “Aprender sem livros”, mas a sugestão assenta-lhe como uma luva. No início do próximo ano lectivo, os alunos do ensino básico da Maia vão poder aceder a todos os conteúdos leccionados e trabalhos realizados nas aulas através de uma simples pen drive. Todo o peso dos livros e cadernos pode agora ser substituído por uma pequena caneta USB facilmente transportável no estojo, pendurada ao pescoço ou até no bolso. A iniciativa, pioneira no país, pretende simplificar o processo de estudo aos alunos – através de uma maior interacção multimédia com as novas tecnologias – e, também, expandir a ligação entre pais, educandos, professores e município.O “Caderno Digital” é um suporte de apoio pedagógico multimédia criado apenas para o primeiro ciclo que “disponibiliza aos alunos o acesso aos planos e conteúdos das aulas nas áreas de Português, Matemática, Inglês e Estudo do Meio através de quadros interactivos, múltiplas actividades e jogos pedagógicos, sempre articulados com as matérias leccionadas na sala de aula”, explica Sílvia Sousa, coordenadora do projecto. (...)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

É PRECISO CONCRETIZAR


Qual é o conceito de tautau?
Tautau é um conceito geral e abstracto, é preciso concretizar.
Falam de tautau como agressão violenta, ou tautau suave, carinhoso, educativo?", questionou ontem o advogado de uma antiga auxiliar de um infantário de Coimbra, julgada por três crimes de maus tratos sobre outras tantas crianças, com idades a rondar os dois anos.
António Arnaut, o advogado de defesa, intervinha na fase das alegações finais do julgamento, minutos após um advogado da acusação, Paulo Faustino, defender que a arguida "deve ser condenada, porque deu tautau". Este jurista aludia a relatos de um menino sobredotado, que terá dito aos pais de que a auxiliar lhe batia. (...)

terça-feira, 8 de julho de 2008

FORMAÇÃO EM AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE


Tem início amanhã, no Centro de Formação de Professores de Águeda (CFPA), a primeira acção de formação destinada a coordenadores de departamento/avaliadores, no âmbito da Avaliação de Desempenho Docente (ADD).

Outras se seguirão, destinadas a conselhos executivos, comissões de coordenação e docentes, em geral.
É um programa que se estende até ao final do primeiro período do próximo ano lectivo e que tem como objectivo apoiar os intervenientes no processo de ADD.

Estamos conscientes que as escolas conseguem mudar, até com alguma rapidez, o que é material e organizativo. No entanto, não conseguem mudar facilmente o que é trabalho individual. A mudança que se antevê, vem mexer com os actores, nomeadamente quando diz que a responsabilidade é partilhada por todos, quando traz para o centro da escola o Projecto Educativo (PE), quando apela à liderança pedagógica e quando considera como objectivos finais o desenvolvimento pessoal e profissional dos professores e a melhoria da qualidade das aprendizagens e dos resultados escolares dos alunos.

Que caminho seguir para vencermos as dificuldades que objectivos tão ambiciosos nos colocam?

Resta-nos esperar, enquanto responsáveis pelo CFPA, que esta formação, esforço conjunto da DGRHE e dos Centros de Formação de Associação de Escolas, contribua para que a avaliação esteja ao serviço de uma escola eficaz e equitativa.
A Directora do CFPA

"UM DIPLOMA PARA TODOS... É UM DIPLOMA PARA NINGUÉM!"


O texto do Desidério Erros e mentira política, toca num problema fundamental da educação escolar na contemporaneidade: o valor do conhecimento. Os discursos em torno dos exames não fogem a este problema. Quando discutimos a sua pertinência, as suas funções e técnicas, estamos, explicita ou implicitamente, a atribuir (ou recusar) valor intrínseco e/ou instrumental aos conhecimentos que a escola tem por missão veicular.

A este propósito lembrei-me do livro de François de Closets, A felicidade de aprender e como ela é destruída (Lisboa: Terramar), publicado entre nós em 2003, do qual retiro a seguinte passagem (página 297 -298):

"Nos últimos cinquenta anos, a educação em França tem sido uma prioridade nacional. Tem estado no centro de um debate permanente, marcado aqui e além, por confrontos apaixonados. Foi objecto de múltiplas reformas (quase sempre abortadas). Beneficiou de orçamentos gigantescos e cada vez maiores. Como foi possível que um tal investimento, acompanhado de um empenhamento tão constante, redundasse na perda total da felicidade de aprender, uma perda que foi crescendo à medida que a instrução se foi difundido. Como foi possível que a cultura se fosse fossilizando à medida que a escolaridade aumentava e se ia generalizando?

Estas questões não servem de balanço. Limitam-se a apontar a dedo o passivo de todo um sistema. Porque há, é preciso dizê-lo, um activo. Os cidadãos frequentam durante mais tempo a escola, acumulam uma abundante caterva de diplomas. São contrapartidas apreciáveis. Simplesmente, não é isso o que mais importa. O que importa é que foi feita, ao nível da educação uma aposta utilitária, para não dizer utilitarista, com o objectivo de fornecer às nossas crianças instrumentos para enfrentar o mundo em crise, porque esse é o estado do mundo que lhe vamos deixar. É legítimo, pois, que nos perguntemos se a opção que fizemos foi a mais acertada (…). De reforma em reforma, procurou-se obstinadamente dar corpo a um sonho democrático e cultural – que todas as crianças dispusessem de iguais oportunidades para se instruir e cultivar (…).

Mas (…) a ambição cultural foi abafada pela pressão social. Milhões e milhões de actos individuais foram deslocando o sistema até o fazerem coincidir com o seu pólo utilitarista, transformando o saber num instrumento, e não numa finalidade (…).Viu-se na escola um remédio contra a crise e, postos perante a alternativa – sucesso ou desemprego –, fizeram a pior das escolhas (…). O que sobra quando tudo o mais tiver sido esquecido não é a cultura, é o diploma. Podemos lamentar uma tal aposta, não podemos contestá-la… desde que as premissas de que parte sejam exactas, a saber, que o sucesso na vida depende do sucesso escolar.

Se admitirmos essa premissa, temos de admitir a principal das suas consequências – o abandono da educação em proveito exclusivo da competição.Em contrapartida, se essa premissa (que tomamos por uma evidência) se revelasse ser, uma vez mais, um erro (na ocorrência, o erro mais partilhado por toda a gente), se os diplomas, por hipótese, não passassem de remédio ilusórios, neste caso, a opção tomada teria sido uma gigantesca farsa, uma sinistra floresta de enganos. Temos, assim, de desfazer essa última dúvida.
Temos de saber se valeu a pena termos queimado a cultura num gigantesco auto-de-fé, se a fogueira ateada era o necessário (embora sacrílego) contra fogo. No centro do debate, encontra-se, pois, o diploma-rei. Comportamo-nos como seus leais súbditos, apesar de nem sempre nos aperceberemos do papel central, ditatorial que desempenha na nossa sociedade. E a questão-chave reside justamente nessa centralidade. O diploma é uma necessidade incontornável dos tempos modernos, ou é tão-só uma quimera (…)?"

Helena Damião
Consultora do CFPA

QUALIDADE ALIMENTAR NA ESCOLA

Encontro Qualidade Alimentar na Escola


Promovido pela Direcção Regional de Educação do Centro, no próximo dia 10 de Julho de 2008, para apresentação dos Manuais de Qualidade destinados a apoiar a actividade dos refeitórios e bufetes escolares.

Esta iniciativa terá lugar no Centro de Congressos de Aveiro, destinando-se a todos os agrupamentos e escolas secundárias, colégios particulares com contrato de associação, escolas profissionais, câmaras municipais e outros convidados.
Será efectuada a apresentação dos Manuais de Qualidade destinados a apoiar a actividade dos refeitórios e bufetes escolares. A documentação inclui dois manuais HACCP – um destinado ao bufete e outro ao refeitório - e outros dois manuais de boas práticas respeitantes aos sectores atrás especificados.
Estes manuais têm como objectivo apoiar o processo de implementação do HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points) no âmbito do Regulamento Europeu 852/2004, fornecendo alguns meios de apoio aos estabelecimentos de ensino. Serão também distribuídos dossiers e documentação plastificada, com alguns dos procedimentos discriminados - para colocação nos locais de trabalho - visando conseguir a uniformização deste processo em todas as escolas.
A Segurança Alimentar tem vindo, paulatinamente, a assumir uma particular importância, sendo, cada vez mais, um elemento obrigatório para os consumidores. Presentemente, o grande desafio do sector alimentar é o restabelecer a confiança destes, dando-lhes a conhecer todas as medidas de prevenção e controlo utilizadas nas actividades de manuseamento e produção de alimentos. É uma das grandes preocupações partilhada pela Direcção Regional de Educação do Centro, que, por esta razão, sentiu a necessidade de produzir e disponibilizar estes materiais de apoio às escolas.


(in página da DREC)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

EM POUCAS ÁREAS SE MENTE TANTO...


“...em poucas áreas se mente tanto como na política educacional e escolar”.

D. Schwanitz, 2004


Noutro texto afirmei que a facilidade, ou o facilitismo, dos exames nacionais, promovido pelos responsáveis por políticas e medidas educativas, não é um cenário exclusivo do nosso país, estando descrito na literatura internacional. Um leitor lembrou que o assunto deveria ser desenvolvido. “Confesso”, escreveu ele, “que estou farto de ler conversa fiada sobre o assunto e se há trabalhos que identificam e caracterizam o problema, o melhor é ler esses trabalhos e tirar deles conclusões mais precisas.

Acontece que a época do ano lectivo não é propícia a uma revisão desses trabalhos para, com base neles, escrever um texto síntese que já se vai exigindo na reflexão sobre a avaliação externa que se faz no nosso país. Prometendo voltar ao assunto, com outros fundamentos, aqui deixo a observação de D. Schwanitz (2004, 26-28) sobre a situação na Alemanha, que, não sendo igual à nossa, muito tem a ver com ela, particularmente neste momento em que, de modo supeito, as médias dos exames de matemática sobem cerca de 75% (...)

“Na Alemanha, as escolas padecem de uma contradição atormentadora: é suposto os alunos aprenderem o mesmo em todo o lado para assegurar que as habilitações escolares – com destaque para as de acesso ao ensino superior – tenham um nível ao menos aproximadamente homogéneo. No entanto, cada estado federal define a sua própria política escolar cujas características dependem respectivamente do partido que o governa (…).

As notas não constituem parâmetros absolutos, mas sim de comparação; tal como o dinheiro, tornam comparável o incomparável (…). No entanto, isso foi escamoteado. As notas foram inflacionadas. Foi como com a inflação do dinheiro: toda a gente tinha a carteira recheada de notas de mil, mas não conseguia comprar nada com elas (…). As notas passaram a estar para a escola como as frases feitas estão para a linguagem: deixaram de ter qualquer significado.


Com isto, nas escolas as normas desmoronaram-se. Para os adolescentes que, por natureza tendem para um pensamento fortemente normativo, tal foi um pretexto para desdenharem da sua escola; não podiam identificar-se com uma instituição destas. O desprezo também tomou conta dos professores, os quais foram entregues a um destino terrível. ”Não se use esta passagem para se relativizar o nosso (in)sucesso em matemática ou noutras áreas disciplinares, mas para se perceber que há países ocidentais onde, apesar da tendência dos mais altos responsáveis pelo ensino para manipular resultados da avaliação externa (e, até, da avaliação interna), existe uma discussão importante na sociedade sobre o assunto.
Intelectuais da craveira de Schwanitz envolvem-se nela, denunciando abertamente as estratégias e os resultados da manipulação. Trata-se de um trabalho crítico sistemático que contribui para a verdade sobressair no meio da confusão deliberada dos discursos político-partidários. Este é um trabalho que, com grande urgência, precisa de ser feito em Portugal.

Referência da obra citada:- Schwanitz, D. (2004). Cultura: Tudo o que é preciso saber. Lisboa: Dom Quixote.

Helena Damião
Consultora do CFPA

GOOGLE EARTH LESSONS


Utilize o Google Earth para ensinar
Google Earth Lessons disponibiliza planos de aulas e outros recursos educacionais que podem ser utilizados pelos professores nas suas aulas.

FORNO ROMANO EM EIXO


Foi, ontem, inaugurada em Eixo a primeira fase da protecção aos restos de um forno cerâmico romano descobertos em Dezembro de 1985 e que sempre estiveram ao abandono, no meio de um silvado.
A antiga lixeira de Ribas deu lugar a um aprazível parque de lazer aproveitando a localização dos restos de um forno cerâmico romano e que, segundo o presidente da Junta de Freguesia de Eixo, Carlos Anileiro, esteve "até hoje ao Deus dará, com acesso difícil, sem manutenção do espaço envolvente, no silvado".
Investimento de 15 mil euros, entre verbas da Câmara de Aveiro e da Junta de Eixo, a primeira fase de protecção ao forno cerâmico romano de Eixo foi, ontem, inaugurada, com a presença do vereador do pelouro da Cultura, Capão Filipe, e do especialista italiano Fábio Carbone, a quem se deve a descoberta e posterior recuperação do resta do forno cerâmico romano.(...)

(in Jornal de Notícias)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

VINCULAÇÃO DE PROFESSORES AOS QUADROS DOS AGRUPAMENTOS


O ministério da Educação anunciou hoje que os candidatos no próximo concurso de professores vão integrar os quadros dos agrupamentos em que forem colocados, uma medida que pretende estabilizar os docentes na mesma escola.
Em conferência de imprensa, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, realçou que o diploma que estabelece as regras do próximo concurso de professores, que fixa os docentes à mesma escola durante quatro anos, a partir do próximo mês de Janeiro, "prevê a possibilidade de os professores dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP) integrarem os quadros de agrupamentos onde estão colocados".Valter Lemos destacou que "a tendência é para o desaparecimento dos quadros zona e vincular os professores às escolas onde estão colocados". Actualmente são cerca de 33 mil os professores que estão nos Quadros de Zona Pedagógica. "Os QZP manter-se-ão para aqueles professores que não obtenham logo colocação, até à sua integração completa nos agrupamentos", disse, salientando que "enquanto não obtiverem lugar manterão os direitos que tinham no QZP". (...)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

BASES DE DADOS SOBRE EDUCAÇÃO



EDUCATION RESEARCH COMPLETE
Cobre todos os níveis de ensino, desde a educação pré-escolar até ao ensino superior e todas as especialidades em educação. Possui resumos de artigos de publicações periódicas (mais de 1800 títulos) e 900 publicações periódicas em texto integral. Contém ainda algumas dezenas de livros em texto integral.
ERIC – EDUCATIONAL RESOURCE INFORMATION CENTER
Contém cerca de 1.194.000 registos e links para mais de 100.000 documentos em texto integral.
Estas bases de dados estão disponíveis no Centro de Documentação e Informação da Direcção Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, sito na Travessa Terras de Sant’Ana, 15 em Lisboa.
Contactos:
Tel. 213895117/8Fax 213895299


(in página da DGIDC)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

LIDERANÇA EDUCATIVA SUSTENTÁVEL



O termo sustentabilidade foi cunhado no campo ambientalista por Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, no início dos anos 80. Este definiu como sustentável uma sociedade que é capaz de satisfazer as suas necessidades sem diminuir as oportunidades de as gerações futuras satisfazerem as suas.(...) No campo da educação, Michael Fullan define a sustentabilidade educativa como "a capacidade de um sistema para se envolver nos aspectos complexos de um aperfeiçoamento contínuo, consistente, com valores humanos profundos". (...)

O propósito sustentável e central da educção é a aprendizagem profunda e ampla; este é um direito de todos. Muitas vezes, este tipo de aprendizagem é também um aprender lento - crítico, penetrante, reflectido e meditativo. Trata-se de uma aprendizagem que envolve os sentimentos das pessoas e que se articula com a sua vida. A aprendizagem profunda assemelha-se mais ao amor do que à luxúria. Não está demasiado preocupada com o desempenho. Não pode ser apressada. Não melhora com a fixação de metas. Raramente é medida por testes e é algo que não se pode fazer só porque alguém nos ordena que o façamos. Mae West colocou a questão de uma forma particularmente feliz: "Tudo o que vale a pena fazer, merece ser feito devagar".

(Hargreaves&Fink, 2007)