segunda-feira, 28 de julho de 2008

A AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES


O problema da avaliação dos professores é não só difícil, mas também, de uma certa maneira, explosivo. A partir do momento em que se admite, efectivamente, no domínio das "coisas" da educação, como de uma maneira geral no campo das práticas sociais, a necessidade de avaliar, não se vê como é que os professores possam escapar a essa regra geral. Mas, como outros trabalhadores sociais, eles aceitam por vezes dificilmente, se não o princípio da avaliação em si mesmo, pelo menos as formas de que ela se reveste concretamente no seio da instituição educativa.

Viu-se outrora, em França, a multiplicação das recusas de inspecção. E, paradoxalmente, vê-se o corpo docente a dizer não, em massa, a qualquer modificação do sistema, aliás mal aceito e considerado pouco feliz! Por isso, os sindicatos de professores são, na maior parte das vezes, hostis a toda a ideia de classificação "ao mérito".

Será possível, nestas condições, imaginar e propor modalidades de avaliação aceitáveis, porque pertinentes e justas? E como distinguir com nitidez o pertinente e o justo neste domínio? Que contributo pode dar a Ciência a esta problemática, em particular?(...)

A avaliação é, pois, julgamento, valoração, no sentido em que ela não tem significação fora da relação com um fim, e que o avaliador (no melhor dos casos: o próprio sujeito avaliado) se pronuncia sobre "o sucesso ou fracasso" do projecto. Avaliar equivale a tomar partido, em função de expectativas precisas, sobre a realização dessas mesmas expectativas. Nunca se poderá avaliar um objecto do qual não se espere coisa nenhuma...

(Hadji, Para uma fundamentação da avaliação em educação)

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