quarta-feira, 1 de abril de 2009

LIDAR COM A DIVERSIDADE


"(...) O que mais me impressiona na sala de aula é a dificuldade que os professores têm em auscultar de facto a opinião dos alunos sobre o próprio processo de apendizagem. Deixem-me só dar um exemplo mediático: dos vídeos que foram passados na televisão a propósito daquele episódio do telemóvel, há um muito interessante, que não sei se todos viram, que era uma sala de aula em que estava uma professora a dar uma aula a partir de um retroprojector.

O retroprojector é um objecto a banir da sala de aula, completamente ultrapassado, é uma coisa arcaica. Não há nenhum aluno que se possa identificar com um retroprojector neste momento. Mas, à parte deste aspecto, a professora estava militantemente dando a sua matéria, insistindo na sua matéria a partir do retroprojector e falando, falando, falando...

Há professores que falam noventa minutos para jovens de hoje, sem parar. Noventa minutos seguidos, sem terem a capacidade de ouvir ou sequer olhar as expressões que têm à sua frente.(...)"


Daniel Sampaio in "A escola face à diversidade"

2 comentários:

joao de miranda m. disse...

Pois há! Há professores que falam 90 minutos numa aula. Reduza Vª Exª a ula de 90 para 50 minutos (como era dantes) e verá que os ptofessores não falarão tanto tempo. Mas sabe, Senhor Doutor, é a falar que a gente se entende.

Anônimo disse...

Creio que é preciso usar sim as novas tecnologias na sala de aula. Mas o retroprojetor, assim como outras ferramentas, podem ainda ser usadas no ensino. Depende da situação. Os alunos devem ser motivados a participar da aula. Não adianta nada levar um datashow e deixar tudo colorido se não for bem aproveitado e ou apenas para dar aquele visual bonito. Acredito que se o professor tiver compromisso com a educação até debaixo de uma árvore só na conversa com os estudantes consegue ensinar muito bem. Mas claro que a tecnologia é bem vinda.