domingo, 21 de fevereiro de 2010

O QUE DEVO SER QUANDO FOR GRANDE?




No futuro, serão necessários mais técnicos especializados e legisladores do que agricultores e artesãos. E a maioria dos novos empregos deverá ser criada em áreas que exijam um conhecimento altamente qualificado.

Quanto às profissões que requerem menores habilitações, a tendência é de queda progressiva. Estima-se que, na próxima década, um total de cerca de 80 milhões de oportunidades de trabalho serão geradas nos países da União Europeia: 73 milhões serão de vagas deixadas por reformados e por mudanças profissionais. E sete milhões dirão respeito a novos empregos, diz o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional. Mas estará o mercado preparado para absorver todos os activos muito qualificados? E como devem as universidades formar para as profissões do futuro?

Entre os licenciados portugueses, a taxa de desemprego tem vindo a diminuir. No último trimestre do ano passado, a percentagem de desempregados com habilitações superiores era de 9,6%, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Cenário que antecipa a tendência europeia e vai ao encontro das previsões do estudo do Centro Europeu, que indica maior empregabilidade entre os mais qualificados. (...)

Profissões tradicionais, que futuro?

No universo dos saberes tradicionais e actividades manuais - de que são exemplo artesãos, agricultores e padeiros -, a tendência dos próximos dez anos será, estima o Centro Europeu, uma quebra acentuada no mercado de trabalho. Trata-se de uma previsão que "quantitativamente pode acontecer", diz o sociólogo do ISCTE, mas, "ao nível qualitativo, a tendência será mais no sentido da evolução dessas profissões. Não deixaremos de comer pão" - exemplifica.

"O processo de o fazer é que pode evoluir para uma mão-de-obra mais qualificada ou visando uma produção de carácter massivo", acrescenta. Nesse sentido, importa defender as "qualificações, sim, mas com aplicação às profissões tradicionais", conclui.

(In Jornal de Notícias)

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