domingo, 28 de setembro de 2008

A CONVIVÊNCIA COM AS MÁQUINAS



O psicólogo norte-americano Burrhus Skinner defendia, nos anos 40, a ideia de que os professores deviam ser substituídos por máquinas de ensinar. Movia-o a convicção de que a relação de afectividade estabelecida na sala de aula afastava a atenção dos alunos do objecto de ensino. Acreditava que, sem distracções, os estudantes garantiriam melhores resultados.

À luz dos nossos dias, a proposta é, no mínimo, bizarra. Hoje, na era do "Magalhães", das máquinas de calcular, dos quadros interactivos, a questão que preocupa pais e educadores é, precisamente, a inversa: Poderá o uso excessivo de tecnologia comprometer o processo de aprendizagem? Estará a aquisição das competências clássicas, asseguradas pelo ensino tradicional, perdida para o facilitismo do uso das novas tecnologias?

Jorge Santos, docente do Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho, desmistifica "medos, fantasias e divagações" que enformam discursos exagerados sobre os efeitos nefastos do uso da tecnologia em geral. "Fragmenta o Mundo, mas comparado com meios mais clássicos não deixa de ser uma plataforma mais interessante do ponto de vista da aprendizagem", considera. O resultado do uso do computador "está muito mais próximo da aprendizagem e do desenvolvimento do raciocínio cognitivo do que uma situação de crianças e adultos sentados a ver televisão".(...)

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