Como as crianças de outros países europeus, também as crianças portuguesas vivem com entusiasmo as oportunidades da Internet fixa e das plataformas móveis. O contexto português apresenta, contudo, traços que importa ter em conta na definição de políticas de intervenção e de regulação.
Portugal é um dos poucos países europeus onde as crianças usam mais as novas tecnologias do que adultos, e os pais portugueses são dos que menos conhecem o que os seus filhos fazem on-line. A identificação desses sinais foi feita pelo Projecto EU Kids On-line, na comparação de 21 países europeus.
Equipas de investigadores de cada país caracterizaram os acessos e usos do on-line por crianças e jovens (até 18 anos) e o ambiente nacional quanto à penetração e regulação dos media, os discursos públicos dominantes, as características do sistema educativo, a existência de uma educação para os media e as atitudes e valores culturais em geral e sobre as crianças em particular. Os resultados deste estudo europeu estão disponíveis na Internet a partir de 26 de Setembro.
A comparação dos 21 países (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália, Noruega, Polónia, Portugal, República Checa, Suécia e Reino Unido) incidiu ainda sobre a mediação dos pais, indicadores como a idade e sexo da criança, a situação socioeconómica das famílias, as intervenções de professores e de pares. Se é da conjugação de todos estes factores que resultam os riscos e as oportunidades, considera-se também que, como no mundo real, as oportunidades e a atenção aos perigos do mundo virtual estão relacionadas com as atitudes e as capacidades das crianças, desenvolvidas não só pela sua literacia digital mas também pelos ambientes de promoção de segurança, de autonomia e de responsabilidade cívica.
O levantamento da informação disponível fez emergir uma paisagem europeia a diferentes velocidades no que toca à penetração da Internet na vida das crianças e às considerações de risco que estas e os pais exprimem. Em Portugal, como noutros países do sul da Europa, a penetração e a atenção aos riscos e às oportunidades ainda são relativamente baixas, por contraste com outros países do norte e centro da Europa. As crianças ainda acedem mais na escola do que em casa mas a tendência é para o crescimento nos lares. Enquanto isso, as crianças portuguesas estão entre as que têm mais telemóveis, explorando por esse meio o ambiente interactivo e procurando as experiências de comunicação em rede, como as mensagens SMS e a partilha de imagens.(...)
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