(...) Hoje, é uma imagem que já não surpreende quase ninguém, a de um cego caminhando pela rua, de bengala branca na mão, que vai permitindo “tactear” o chão, detectar obstáculos e encontrar pontos de referência úteis para a sua orientação e locomoção. Desta forma, as pessoas cegas deslocam-se autonomamente pela rua, usam os transportes públicos, fazem a sua vida quotidiana, dirigem-se ao seu emprego.(...)
Foi no século XX que a bengala foi definitivamente reconhecida como um instrumento precioso para a orientação e locomoção dos cegos. Em 1921, nos Estados Unidos, pela primeira vez um cego decidiu pintar a sua bengala de branco para que pudesse mais facilmente ser vista pelos outros. Mas, curiosamente, a ideia não foi muito bem aceite e, 10 anos mais tarde, foi retomada em França, espalhando-se rapidamente para outros países. Só então a ideia ganhou novo impulso nos Estados Unidos e, hoje, é quase universal a bengala de cor branca.
Nos anos de 1940 foram desenvolvidas as primeiras técnicas para uso da bengala, tendo também sido definido qual o comprimento que ela deveria ter em função da altura de cada pessoa. No entanto, só nos anos 60 o ensino destas técnicas ganha impulso na Europa e, em Portugal, no início dos anos 70.
Entretanto e sempre com o intuito de aumentar a autonomia e a segurança dos cegos na sua mobilidade, ainda de acordo com a ACAPO (Centro da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal), têm surgido diversas inovações no campo da electrónica. O primeiro equipamento electrónico para apoio à mobilidade dos cegos terá sido criado ainda nos anos de 1940, mas a primeira bengala electrónica foi comercializada apenas cerca de 30 anos mais tarde. Ainda assim, tanto em Portugal como nos demais países, estas bengalas estão longe de uma utilização significativa, sobretudo pelos elevados custos de aquisição. (...)
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