A avaliação pode ser um poderoso meio de melhoria das práticas escolares. No entanto, não se pode daqui deduzir que, qualquer avaliação é, em si mesma, uma coisa boa. É preciso compreender que a avaliação, por si só, não resolve magicamente os problemas. Uma boa avaliação ajuda-nos a compreender melhor uma dada realidade e pode contribuir para a melhorar e para a transformar. Mas teremos sempre que saber utilizar bem os seus resultados e recomendações e saber reconhecer os seus limites.
Não podemos deixar que a avaliação se banalize no pior sentido e se transforme num mero procedimento de controlo burocrático-administrativo, em vez de um poderoso e exigente processo de regulação e de melhoria. E também é necessário garantir que os avaliadores não se transformem numa espécie de seres imaculados, acima de qualquer suspeita e de qualquer escrutínio… Sem quaisquer limites.
Julgo que as escolas poderão ter um papel relevante na prevenção de situações indesejáveis. Estou bem ciente do esforço que é necessário fazer para que a avaliação do desempenho dos professores não se reduza a um mero processo rotineiro no pior sentido, sem quaisquer consequências positivas na vida das escolas, dos alunos e dos professores. É, por isso, importante que as escolas promovam acções que facilitem a sua discussão para que o modelo possa ser bem conhecido e compreendido pelos professores. Parece-me fundamental que se compreenda que estes processos se vão construindo a pouco e pouco. Não há modelos ou abordagens de avaliação à prova de todas as situações e problemas. Só as práticas reais nos permitem identificá-los e caracterizá-los com rigor.(...)
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