A maioria dos portugueses considera que a leitura é útil, que tem vindo a crescer nos últimos dez anos e que é importante para as sociedades actuais. Estes são algumas das conclusões hoje apresentadas pelo Relatório de Avaliação do Plano Nacional de Leitura (PNL), estudo liderado pelo sociólogo António Firmino da Costa, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). O PNL completa um ano este mês. Numa das partes do relatório, intitulada “Barómetro de opinião pública - atitudes dos portugueses perante Leitura e o Plano Nacional de Leitura”, a amostra foi inquirida sobre a importância social da leitura e os seus hábitos pessoais. Apesar de concordar que os hábitos de leitura aumentaram, 68 por cento dos portugueses considera que no país se lê menos do que no conjunto da União Europeia. “Comparando com a Europa, os portugueses ainda lêem pouco mas a tendência é positiva”, disse ao PÚBLICO Isabel Alçada, comissária do PNL.A maior parte dos inquiridos, 79 por cento, reconhece a utilidade da leitura, enquanto menos da metade, 44 por cento, afirma ter hábitos de leitura. O gosto de ler está presente em 58 por cento da amostra e 61 por cento vê a leitura como um prazer. No que toca às capacidades de leitura, 63 por cento dos inquiridos avaliam-nas como sendo boas ou mesmo muito boas.O aumento dos hábitos está relacionado com a leitura através das novas tecnologias: mensagens no telemóvel, computador e acesso à Internet. Embora menos acentuado, há também o consenso no crescimento da leitura em outros suportes, como livros, jornais e revistas. “O livro é o instrumento essencial para se ler melhor mas temos de estar abertos a todas as formas de leitura”, referiu a comissária do PNL. A importância da leitura para enriquecimento pessoal decresce consoante o grau de escolaridade, uma vez que 98 por cento dos inquiridos com ensino superior considera a leitura importante ou mesmo muito importante na sua vida. Em contraponto, esta opinião está presente em 50 por cento dos que não completaram qualquer grau de ensino. O gosto pela leitura está presente em 98 por cento dos inquiridos com ensino superior e em 29 por cento daqueles que não têm nenhuma formação. Quanto ao conhecimento do PNL, 31 por cento já ouviram falar dele, principalmente pela televisão. À medida que aumenta o nível de escolaridade cresce o número de pessoas que já conhecem o plano. O Barómetro ouviu 1037 pessoas das principais regiões do país, dos 15 aos 65 anos, passando por todos os níveis de escolaridade. O PNL tem posto o país a ler mais, com diversas iniciativas que vão desde a escola primária aos centros de saúde. Um dos objectivos é tentar fazer com que a “próxima geração leia mais e melhor”. Isabel Alçada faz um “balanço muito positivo” do primeiro ano.
(in Público.pt)
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