A propósito do arranque hoje da feira de emprego para jovens Futurália, a cuja comissão consultiva preside, o ex-ministro da Educação Roberto Carneiro falou sobre o que está bem e mal na formação dos estudantes.
Um estudo canadiano mostra que os alunos com resultados fracos aos 15 anos dificilmente recuperam. É preciso promover mais cedo o sucesso?
Quanto mais precocemente for detectado o risco e combatidas as suas causas, mais eficazes são as medidas de promoção do sucesso educativo e profissional.
O Governo está a traçar metas de aprendizagem, com os conhecimentos mínimos a alcançar em cada ano. Será benéfico?
Tudo o que signifique evidenciar resultados expectáveis de aprendizagem para cada ciclo educativo ajuda a tornar a avaliação mais objectiva e à melhoria do sistema.
O excesso de disciplinas no básico é um obstáculo à meta de 12 anos de escola obrigatória?
Os alunos não aprendem só ensinados, a escola deve estimular outras formas de aprendizagem informal e não formal, individualmente ou em grupo, com e sem tecnologias de suporte.
Como avalia a aposta nos cursos profissionais do secundário?
Atingimos já o objectivo de ter 50% dos matriculados no ensino secundário em vias profissionais ou profissionalizantes. Isso é um dado positivo e alinha-nos com o resto da Europa desenvolvida. Resta saber se a qualidade das novas ofertas profissionais, designadamente em estabelecimentos de ensino públicos, é reconhecida pelo mercado de trabalho. Ainda é cedo.
Concorda com a ideia de que é preciso reconverter todo o nosso sistema de ensino tendo em vista a busca precoce das "vocações"?
Concordo, desde que essa identificação precoce de vocações não signifique o retorno a formas de discriminação social e cultural em que a escola exclui ou segmenta.
Está há vários anos ligado à Futurália, feira de emprego para jovens. Qual é a motivação?
O reconhecimento de que a informação sobre cursos, empregos e vias de qualificação não é perfeita, originando graves distorções nas opções escolares e vocacionais. E a importância capital que atribuo à qualificação pessoal numa sociedade cada vez mais cognocrática, isto é, onde o verdadeiro poder está sediado no conhecimento e na capacidade de com ele criar valor.
Estas iniciativas, a par das promovidas pelas universidades, ajudam a orientar os jovens?
Sim. A transição do secundário para o superior é frequentemente traumática e nem sempre o jovem encontra as ajudas para realizar uma opção consciente e informada.
Portugal tem um atraso histórico ao nível das qualificações. Mas há desemprego de licenciados...
Vivemos a euforia da expansão desregrada do ensino superior ditada sobretudo pelas conveniências da oferta. É tempo de rever caminhos e solicitar às instituições um maior esforço para focalizar a oferta em análises do mercado de trabalho, actual e futuro. Quanto ao resto, não podemos abrandar o esforço de qualificação avançada das novas gerações. Estamos ainda muito longe dos padrões da maioria dos nossos parceiros europeus.
Um estudo canadiano mostra que os alunos com resultados fracos aos 15 anos dificilmente recuperam. É preciso promover mais cedo o sucesso?
Quanto mais precocemente for detectado o risco e combatidas as suas causas, mais eficazes são as medidas de promoção do sucesso educativo e profissional.
O Governo está a traçar metas de aprendizagem, com os conhecimentos mínimos a alcançar em cada ano. Será benéfico?
Tudo o que signifique evidenciar resultados expectáveis de aprendizagem para cada ciclo educativo ajuda a tornar a avaliação mais objectiva e à melhoria do sistema.
O excesso de disciplinas no básico é um obstáculo à meta de 12 anos de escola obrigatória?
Os alunos não aprendem só ensinados, a escola deve estimular outras formas de aprendizagem informal e não formal, individualmente ou em grupo, com e sem tecnologias de suporte.
Como avalia a aposta nos cursos profissionais do secundário?
Atingimos já o objectivo de ter 50% dos matriculados no ensino secundário em vias profissionais ou profissionalizantes. Isso é um dado positivo e alinha-nos com o resto da Europa desenvolvida. Resta saber se a qualidade das novas ofertas profissionais, designadamente em estabelecimentos de ensino públicos, é reconhecida pelo mercado de trabalho. Ainda é cedo.
Concorda com a ideia de que é preciso reconverter todo o nosso sistema de ensino tendo em vista a busca precoce das "vocações"?
Concordo, desde que essa identificação precoce de vocações não signifique o retorno a formas de discriminação social e cultural em que a escola exclui ou segmenta.
Está há vários anos ligado à Futurália, feira de emprego para jovens. Qual é a motivação?
O reconhecimento de que a informação sobre cursos, empregos e vias de qualificação não é perfeita, originando graves distorções nas opções escolares e vocacionais. E a importância capital que atribuo à qualificação pessoal numa sociedade cada vez mais cognocrática, isto é, onde o verdadeiro poder está sediado no conhecimento e na capacidade de com ele criar valor.
Estas iniciativas, a par das promovidas pelas universidades, ajudam a orientar os jovens?
Sim. A transição do secundário para o superior é frequentemente traumática e nem sempre o jovem encontra as ajudas para realizar uma opção consciente e informada.
Portugal tem um atraso histórico ao nível das qualificações. Mas há desemprego de licenciados...
Vivemos a euforia da expansão desregrada do ensino superior ditada sobretudo pelas conveniências da oferta. É tempo de rever caminhos e solicitar às instituições um maior esforço para focalizar a oferta em análises do mercado de trabalho, actual e futuro. Quanto ao resto, não podemos abrandar o esforço de qualificação avançada das novas gerações. Estamos ainda muito longe dos padrões da maioria dos nossos parceiros europeus.
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