sexta-feira, 16 de novembro de 2007

QUEM ENSINA APRENDE AO ENSINAR...

“Nós, educadores, sentimos falta ainda de outras teses, teses que nos ajudem a entender o acto de aprender, para entendermos melhor o acto de ensinar. Para nós educadores não basta saber como se constrói o conhecimento. Nós precisamos dominar outros saberes da nossa difícil tarefa de ensinar. Precisamos saber o que é e, sobretudo, como aprender.
As teses a seguir foram tiradas de múltiplas vivências, seja da minha prática, seja de teóricos que estudei, mas sobretudo da convivência de 23 anos com Paulo Freire. Aprendi dele muitas lições. Tivemos oportunidade, com frequência, de trocar ideias sobre isso. Paulo, como educador, estava preocupado constantemente com o acto de aprender, de estudar, de ensinar.

Reúno aqui pelo menos sete teses sobre esse tema:

1ª - Aprendemos a vida toda. Não há tempo próprio para aprender.
2ª - Aprender não é acumular conhecimentos. Aprendemos história não para acumular conhecimentos, datas, informações, mas para saber como os seres humanos fizeram a história para fazermos história.
3ª - O importante é aprender a pensar (a realidade, não pensamentos), aprender a aprender.
4ª - É o sujeito que aprende através da sua experiência. Não é um colectivo que aprende.
5º - Aprende-se o que é significativo para o projecto de vida da pessoa. Aprende-se quando se tem um projecto de vida.
6ª - É preciso tempo para aprender e para sedimentar informações. Não dá para injectar dados e informações na cabeça de ninguém. Exige-se também disciplina e dedicação.
7ª - Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”
In “
Actualidade de Paulo Freire” de Moacir Gadotti

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