terça-feira, 5 de agosto de 2008

SÍNDROMA DO PORTEFÓLIO



"O campo da educação conhece um entusiasmo considerável pelo portefólio. E contudo, as vozes discordantes parecem anunciar que o fascínio ultrapassou o seu paroxismo. A revista suiça Educateur Magazine numa edição recente coloca a questão: instrumento de formação ou areia para os olhos?


Alguns professores em formação criticam o instrumento porque receiam que a economia esteja a penhorar a educação. Apesar destas reservas, os projectos difundem-se, nomeadamente na formação de professores. Na formação profissional, o Instituto Suiço de Pedagogia para a Formação Profissional (ISPFP), em Zollikofen e Lausanne, foi também contaminado pela portefoliomania e trabalha, desde 1995, sobre diferentes projectos. Foram objecto de relatos nas revistas especializadas, contribuíram para os debates políticos da formação profissional, ou foram retomados nos ateliês de formação Behrens. (...)

...as práticas de portefólio, adjacentes umas às outras, podem obedecer a finalidades muito distintas. Com efeito, quando os docentes em formação preparam as aplicações do portefólio, são muitas vezes surpreendidos pela polissemia do termo e pela quantidade de usos que lhe estão associados. A ausência de uma clareza conceptual faz com que as propostas apresentadas oscilem entre a utilização como ajuda à aprendizagem, tarefa de avaliação ou como utensílio de gestão de carreira."

(Mathis Behrens, Reflexões sobre a síndroma do portefólio, Revista Portuguesa de Pedagogia, 2006))

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