Quanto se muda alguma coisa no sistema de ensino, quando acontece um incidente numa escola, quando há exames nacionais ou internacionais, quando um responsável pelas políticas educativas se pronuncia publicamente acerca das mesmas, muitas pessoas interrogam-se cerca dos princípios pedagógicos que norteiam a educação, da cientificidade das decisões que se tomam, dos resultados que se obtêm em termos de aprendizagem.
Neste final de ano lectivo têm sido retomadas interrogações antigas, sem que se vislumbre, mais um vez, uma convergência de respostas.
Pensando no assunto, lembrei-me do pedagogo espanhol J. Quintana Cabanas que, a abrir o livro Eduquemos mejor: guia para padres y profesores, põe a seguinte pergunta: "Porque é que a educação é um problema difícil?"A sua opinião é a seguinte:
“A dificuldade para chegar à fórmula correcta da boa educação é uma experiência quotidiana, a distintos níveis: em casa, é frequente o pai e a mãe não encontrarem um acordo sobre a aplicação de certas sanções aos filhos ou de os pôr ou não num colégio religioso; na escola, nem todos os professores compartilham o mesmo ideário educativo; esses professores queixam-se habitualmente de que os princípios educativos que consideram convenientes não são os mesmos que orientam muitas famílias; esses mesmos professores às vezes julgam inoportunas ou nefastas certas directrizes introduzidas no sistema educativo; e como se tudo isto não bastasse, ao nível teórico defendem o que outros condenam; e isto é uma dialéctica histórica que se assemelha à dos filósofos, sucedendo-se umas doutrinas a outras, mesmo as mais inverosímeis, parecendo impossível chegar à “verdade objectiva”, à norma da boa educação. (...)
Helena Damião (In Blog Rerum Natura)
Consultora do CFIAP
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