No Fundão, começou o programa de homenagem à vida e obra de Adolfo Portela. Uma iniciativa dos Caminheiros da Gardunha em parceria com as câmaras municipais de Águeda, onde nasceu em 1866, e Fundão, onde morreu em 1923.
Uma homenagem que o vice presidente da câmara do Fundão, Paulo Fernandes, espera que "seja o princípio do fim" do silêncio que tem envolvido a personalidade multifacetada de Adolfo Portela "poeta, músico, compositor, dramaturgo, tradutor, crítico literário, contista, ensaísta, jornalista, professor, administrador, político, filantropo, tenhamos claro que não é de todo comum a dimensão do homem que hoje aqui estamos a celebrar, como também não é comum o silêncio que tem envolvido a sua personalidade".
Um silêncio agora quebrado com a colocação de uma placa na casa onde viveu Adolfo Portela que passa também a dar o nome à loja social do Fundão. Criada por ele, no início do Séc. XX, como cantina dos pobres, hoje, no início do Séc. XXI, recuperou a função social para que foi criada há um século atrás "a história tem destas coisas", a cantina dos pobres que representa o "património cívico de Afolfo Portela" foi recentemente convertida em loja social que segundo o autarca "deve, em sua memória, assumir-se como modelo de intervenção cívica e de solidariedade".
O sobrinho neto de Adolfo Portela, José Maria Cabral, foi quem, em nome da família, agradeceu a homenagem que veio fazer justiça ao percurso de Adolfo Portela no Fundão "na sua terra adoptiva existe uma avenida com o seu nome mas ansiava-se por algo que divulgasse a sua capacidade criadora e traduzisse o talento multifacetado da sua obra, eis que Adolfo Portela surge na mémória e no coração dos fundanenses".
A inauguração da exposição "Além da Ponte vida e obra de Adolfo Portela" no casino fundanense completou esta homenagem que nasceu no seio dos Caminheiros da Gardunha áquele que foi o primeiro caminheiro da serra "como ele descobriu a beleza do Alcambar, o Casal da Serra, e a forma como ele cantou a minha terra - Cova da Beira tão linda, nem rosa num roseiral...". Segundo o presidente da direcção dos Caminheiro, Eduardo Saraiva, "Adolfo Portela construiu uma ponte entre Águeda e Fundão, nós com esta iniciativa pretendemos colocar cimento nos caboucos desta ponte para que nunca possa ruir".
Uma ponte que passa, para já, pela passagem da exposição pela cidade de Águeda, terra onde segundo o presidente da câmara, Gil Nadais, é sobretudo conhecido como escritor e poeta. Esta mostra "vai permitir dar a conhecer outras facetas de Adolfo Portela".
(In Rcb)
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