Temos de baixar os braços?
Renunciar à ideia de uma escola mais "virtuosa" do que a sociedade que a mandata e do que os alunos que a frequentam?
A única alternativa credível é assumir globalmente o problema e encontrar meios à altura. Qualquer discurso que não desemboque numa política coerente e corajosa permite apenas alimentar a ilusão de nos estarmos a ocupar do problema. Durante quanto tempo?
Temos, entretanto, de nos entender sobre o estado da situação. No campo escolar, a educação para a cidadania transformou-se numa preocupação candente. Ora, de duas uma:
- ou a violência e a incivilidade não são tão fortes como se diz, não têm piorado e estão limitadas a algumas zonas de alto risco; porquê então tanta agitação em torno da cidadania, se esta não está em crise?
- ou então, pelo contrário, estamos ameaçados por uma autêntica degradação e seria tempo de tomar medidas que estivessem à altura do problema.
Seria sensato organizarmo-nos para saber qual é o estado do problema e fazer o seu diagnóstico, a fim de sairmos deste círculo vicioso em que cada um de nós repete que as coisas estão pior porque ouviu outros a dizê-lo.(...)
Philippe Perrenoud
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